Saturno chega para o time dos retrógrados e promete balançar o governo
Depois de Júpiter e Plutão entrarem em retrogradação nas últimas semanas, chegou a vez de Saturno iniciar seu movimento aparentemente contrário no céu. De 29 de abril a 18 de setembro, ele ficará retrógrado no signo de Capricórnio. Pelos próximos meses, teremos uma fase densa de reavaliações sociais graças aos três planetas, que prometem abalar estruturas governamentais, sociais e ruir com tudo que não está em seu caminho certo.
A astróloga psicológica Maria Eunice Sousa explica que o princípio básico da retrogradação na Astrologia é o de fazer uma revisão, de rever e repensar todos os aspectos regidos pelo planeta que está retrógrado em questão. No mapa natal individual ainda é possível saber onde o planeta trafega, para assim entender em que áreas da vida ela será afetada durante o trânsito astrológico. "Temos um convite para reavaliar tudo o que foi feito até então".
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Saturno é o último planeta visível do Sistema Solar, por isso representa o princípio dos limites, fala de fronteiras e estruturas. Está relacionado com a nossa percepção da realidade versus a realidade como ela é. Enquanto Júpiter representa as leis, Saturno garante que ela seja aplicada e cumprida, justamente por ter a ver com as responsabilidades e senso de disciplina.
"Em termos coletivos, Saturno tem a ver com a sustentação da sociedade. A maneira que todos lidam com suas obrigações. Fala também de autoridade, ordem e controle. Já no âmbito pessoal, o planeta representa aquilo que temos medo, culpa ou vergonha", conta Maria Eunice, que reitera que o planeta em si não faz nada, ele apenas representa um princípio que existe dentro de nós.
Política e sociedade
A última retrogradação do planeta terminou no dia 6 de setembro do ano passado. Por ter a ver com governo e leis, Saturno retrógrado pede para que todos olhem para o que foi feito desde então no âmbito do governo e percebam o que precisa ser corrigido, ajustado ou eliminado. Coincidentemente ou não, foi quando aconteceram as últimas eleições, por isso muito do que foi debatido socialmente naquela época pode voltar ao centro das atenções.
A astróloga lembra que Júpiter ficou retrógrado no dia 10 de abril e volta no dia 11 de agosto. Já Plutão, no dia 24 de abril e volta dia 3 de outubro. Até 18 de setembro, quando Saturno retorna seu movimento direto, a sociedade vai precisar entrar em um modo de revisão, para pensar em todas as leis que foram votadas, em como elas estão sendo aplicadas e em como as estruturas que regulam a sociedade agem. Isso porque os três planetas falam sobre o funcionamento da sociedade como um todo.
"Quando grupos influentes para a sociedade não percebem a necessidade dessa revisão, podem ocorrer grandes problemas. Três planetas pesados como esses, quando entram em retrogradação, trazem um período lento, arrastado… Não é o momento de avançar, é o momento de revisar!", alerta Maria Eunice. De um modo geral, ela aconselha que não se inicie coisas novas durante o período, como construções e projetos — de lei, inclusive.
Relações e vida pessoal
As relações de um modo geral também passam por uma fase de questionamentos e análises. Algumas crises podem levar as pessoas a pensarem mais profundamente sobre o que elas realmente desejam em um compromisso afetivo. Quais estruturas estão, em vez de trazer estabilidade e sustentação, atrapalhando seu caminho? Quando Saturno volta ao seu movimento direto, caminhos serão definidos com base nessa reflexão.
"Essa retrogradação se torna mais crítica porque acontece junto ao nodo sul da Lua, que pode trazer à tona padrões repetitivos muito antigos e enraizados. Ou seja, é preciso revisitar esse passado de maneira profunda para tomar consciência de modelos que não fazem mais sentido em nossas vidas. "Quais as coisas que de fato precisamos demolir completamente para que elas sejam desconstruídas?", reflete a astróloga.
Segundo ela, os signos que serão mais afetados são os cardinais: Áries, Câncer, Libra e Capricórnio. Positivamente, o momento astrológico traz uma oportunidade de olhar novamente para algo que precisa de atenção no presente. O lado negativo vem pela nossa dificuldade de observar o que está acontecendo e pela recusa de desacelerar.
"É claro que não precisamos ficar seis meses parados, esperando o planeta voltar seu curso direto. Mas observar e se alinhar com o tempo do céu faz com que tenhamos menos problemas com as retrogradações. O principal é ouvir o chamado e sintonizar com esse tempo de revisão", finaliza Maria Eunice.
*Camila Eiroa, colaboração para Universa
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