Astrologia médica, vocacional... conheça os diversos tipos e saiba usá-los
Universa
29/09/2018 04h00
Os hindus têm sua contribuição para a astrologia (Foto: iStock)
Astron: estrelas, logos: estudo. Astrologia significa, literalmente, o estudo das estrelas e difere da astronomia por focar nas correlações entre os movimentos no céu e os acontecimentos na vida humana.
A definição resume seu propósito, mas deixa escapar todos seus braços e ramificações. Isso porque estamos acostumados a acompanhar no dia a dia apenas uma parte desse meio, dentro da visão ocidental.
Veja também
- Sete compromissos que a astrologia escolhe o melhor momento para você
- Seu signo diz mais sobre sua saúde do que você imagina
- Saiba como a Astrologia Védica marca até a data ideal para o casamento
Na verdade, o estudo dos astros vai muito mais longe e revela diferentes tipos e ramos, desmembramentos de uma história que soma milhares e milhares de anos.
"A astrologia desenvolveu-se, a princípio, como uma forma de adivinhação – previsão de eventos coletivos, como fomes e pragas, por exemplo. Não existia o foco individual. Com o advento da civilização grega e, posteriormente, da romana, suas mitologias foram totalmente incorporadas pela astrologia, tal qual a conhecemos hoje", pontua a astróloga Maura Lanari.
A bagagem é bem ampla. Por isso, conforme argumenta a especialista, pode-se dizer que sua origem coincide com "o momento em que o homem saiu da caverna, viu que os corpos celestes se movimentavam e que, paralelamente, à sua volta, eventos se sucediam". "Criou-se então uma linguagem simbólica, analógica para descrever esses movimentos e suas relações", esclarece.
Os registros sobre essa observação encontram-se por toda parte, inclusive no Brasil, de acordo com Maura. "Na Serra dos Caiapós, há uma gruta situada num sítio arqueológico, onde é possível reconhecer símbolos cosmológicos semelhantes aos da astrologia mesopotâmica, gravados há mais de 10.000 anos, segundo medições arqueológicas", ilustra.
O nascimento da linguagem ocidental coincide com o surgimento da humanidade na antiga região da Mesopotâmia – não à toa chamada "berço da civilização". Também foi ali e naquele momento que surgiu o sistema védico (ou hindu) para estudo dos astros. "O chinês é o único sistema astrológico que se desenvolveu independente da influência mesopotâmica", acrescenta Maura.
A seguir, com ajuda da especialista, listamos os principais tipos de sistemas e abordagens astrológicos.
Astrologia védica (hindu)
Também é chamada Joytisha, que significa luminoso, celeste, brilhante, pertencente ao mundo da luz. Desenvolveu-se na Índia a partir de 1.500 a.C., com objetivo de fazer brilhar a luz cósmica sobre o verdadeiro caminho de vida de um indivíduo. Neste sistema, o mapa astral é levantado a partir da data, hora exata e local de nascimento, considerando as posições planetárias do zodíaco sideral, que utiliza a posição fixa das estrelas. O mapa astral védico representa os padrões cármicos do passado da pessoa. Seus planetas e casas têm significados semelhantes aos da vertente ocidental.
Astrologia chinesa
Os chineses foram um dos poucos povos a desenvolverem um sistema complexo de astrologia inteiramente independente das influências mesopotâmicas. Do mesmo modo que a linguagem ocidental tem 12 signos solares, a versão chinesa inclui 12 signos anuais, representados por igual número de animais. E em vez de quatro elementos da natureza vistos na linha tradicional, na chinesa há cinco: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água.
Astrologia asteca (maia)
Desenvolvida e praticada na América Central, sua proposta é guiar a religião, a guerra e a vida cotidiana. "Há evidências da prática astrológica em entalhes de pedra feitos por artesãos desde 600 a.C.", comenta Maura.
Outras vertentes são:
- Astrologia esotérica: usa os conceitos da astrologia mais para especulações filosóficas do que para aplicação prática às preocupações da vida cotidiana.
- Astrologia medieval: desenvolvida e praticada pela civilização árabe entre 750 d.C. até 1.500 d.C.
- Astrologia cabalística: fusão de princípios astrológicos e da cabala judaica.
Mais derivações
Além dos sistemas astrológico, há diferentes ramos ou aplicações que foram desenvolvidas e são seguidas no mundo todo. De acordo com Maura Lanari, alguns dos desdobramentos são:
Astrologia médica
Traduz o simbolismo astrológico especificamente para questões de saúde. Ou seja, avalia Sol, Lua, ascendente e regente, casas VI (saúde, trabalho e cotidiano em geral) e XII (saúde mental e inconsciente coletivo), seus ocupantes e regente, bem como as relações (aspectos), como significadores de saúde.
Astrologia vocacional
Interpreta o mapa levando em conta todos os indicadores de talentos, vocação, predisposições, ritmos, potenciais e desafios, voltados para as escolhas profissionais, transições de carreira etc.
Astrologia empresarial
Aqui, as análises levam em conta fatores como: compatibilidade entre sócios, mudanças de objeto social, fusões, cisões e aquisições, entre outros. A intenção é chegar a um diagnóstico abrangente e preciso de todas as áreas que compõem a empresa, revelando aspectos geralmente não detectados por técnicas convencionais. Ao identificar ciclos de expansão e estruturação, desafios e potencialidades, serve de base para o planejamento de curto, médio e longo prazo.
Astrologia horária
Parte do princípio de que as condições de qualquer pergunta feita, bem como de sua resposta, encontram-se refletidas na configuração celeste do momento. "O maior atrativo é sua eficácia", opina Maura. Pode ser usada para informações imediatas, sem a necessidade de análise prolongada de tendências ou do mapa individual de quem faz a pergunta.
Astrologia eletiva
Busca, dentre um período específico, o melhor momento para iniciar algo – um projeto, uma empresa, um casamento, uma cirurgia. Usa os mesmos conceitos da astrologia horária. Dependendo do contexto, conjuga os princípios horários com os do assunto em questão, tais como entrevista de emprego (vocacional) e agendamento de cirurgia (médica).
Astrologia mundial ou mundana
Era uma categoria abrangente, que incluía tudo que não se referisse às astrologias natal (análise do mapa astral) e horária. Ou seja, desde clima, terremotos, negócios, agricultura, entre outros, caíam no domínio da mundana. Na prática moderna, o termo se refere de maneira mais restrita à política e grandes movimentos coletivos. Os mapas são calculados para nações, eventos específicos (como assinatura de tratados e acordos internacionais), chefes de estado, eleições, partidos políticos etc.
Astrocartografia
Metodologia usada em astrologia de localização. O horóscopo é recalculado para um local diferente do de nascimento.
Como escolher um astrólogo?
Diante de tantos desdobramentos, surge a dúvida sobre qual o melhor deles. Na verdade, não há certo ou errado, nem mais adequado ou pior. E cabe ao astrólogo decidir o que será aplicado durante a consulta.
"Via de regra, o cliente tem uma ou mais questões específicas. Mas de um modo geral a maioria dos bons astrólogos têm condições de diagnosticar quais áreas mais sensíveis para a consulta e aconselhar, com base nos indicadores astrológicos, possíveis respostas às indagações do cliente", diz Maura.
Como ela lembra, é adequado que o profissional informe previamente o que e como aborda os diversos temas de interesse, se é especializado ou trabalha exclusivamente com determinado ramo.
"Astrólogos que enfatizam a leitura sob o prisma psicológico normalmente não fazem previsão, o que é importante esclarecer de antemão. E se a demanda do cliente é sobre um problema de saúde, o ideal é encontrar um astrólogo experiente ou especializado nesse assunto", ilustra a especialista.
Detalhe: há quem se especialize em mais de um ramo. "Normalmente são aqueles que, além do conhecimento astrológico, têm formação ou notório saber num campo específico, como medicina, finanças, história ou psicologia", finaliza Maura.
Claudia Dias, colaboração para Universa
Sobre o blog
Curiosidades, listas e previsões: tudo sobre os signos do zodíaco.