Conheça a tatuagem transcedental, que troca a máquina por cristais
Universa
03/06/2018 04h01
Imagem: Paola Alfamor/Divulgação
Você é daquelas pessoas que acreditam que tatuagem precisa ter um significado? A gaúcha Paola Alfamor, artista visual e tatuadora, vai além desse pensamento, e acredita que cada desenho tatuado funciona como um verdadeiro portal, por onde a energia é transferida para o corpo físico. E, para fazer essa transferência energética para a pele, Paola encontrou um jeito um tanto quanto diferente de tatuar: com cristal. A técnica foi batizada pela artista de "Tatuagem Transcendental", justamente por ser um processo que vai além do simples ato de tatuar. "É quase místico", conta.
O método utilizado por ela é chamado de handpoked, e consiste em depositar a tinta da tatuagem ponto a ponto na pele até formar o desenho ou o símbolo escolhido. Sem máquina, apenas a mão do tatuador. É um método adaptado de tradições milenares, usadas em tribos para gravar símbolos de poder — pedaços de bambu pontiagudos ajudavam a marcar a pele. A artista adaptou a técnica e acopla a agulha de tatuagem em uma ponta de cristal de quartzo, que serve de suporte para que ela faça os pontinhos tomarem forma.
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Paola desenha desde criança e suas inspirações para criar são ligadas principalmente ao mundo espiritual. No entanto, a tatuagem, que hoje é uma de suas principais atividades, surgiu há sete anos, por influência de uma amiga. "Ela aprendeu a técnica de handpoked na Índia e me ensinou, mostrando inclusive que dava para fazer com cristal. Nunca tinha me interessado por tatuar antes e foi essa técnica que me despertou para virar uma tatuadora. A partir daquele momento eu podia unir arte com espiritualidade em uma terapia alternativa, pra mim foi uma perfeição", relembra.
Imagem: Paola Alfamor/Divulgação
Para a tatuadora, o que difere a tatuagem transcendental do método do tradicional é, principalmente, a questão energética. "Como é ponto a ponto, é um processo mais lento e, consequentemente, mais profundo no que diz respeito à presença e transferência energética. É bem bonito. Mais do que uma simples marca na pele, eu acredito que é um grande ritual. Na parte física, é um processo que causa menos traumatismo na pele, consequentemente cicatriza mais rápido.", explica ela, que é reikiana e cristaloterapeuta (terapeuta de cristais), e aproveita para unir as técnicas de terapias alternativas na hora de tatuar.
"Tenho amigos que chamam meu trabalho de tattooterapia. Eu fico feliz com isso, porque realmente foi uma descoberta que quebrou com a minha visão de tatuagem: a de homens tatuados tatuando e ouvindo uma música pesada num estúdio. Me trouxe a visão de uma tatuagem mais feminina, mais ritualística, que foi o que me encantou para começar a tatuar. Nunca tatuei com máquina, e quando comecei, não tinha conhecimento sobre ninguém no Brasil que fazia o handpoked com cristais – a não ser minha amiga que me ensinou e não morava no país. Hoje em dia eu vejo que já tem mais gente fazendo, fico feliz por isso", revela Paola.
Imagem: Paola Alfamor/Divulgação
Energia cristalina
Em cada ritual, ou sessão de tatuagem, Paola usa os cristais não apenas como um objeto que substitui a máquina, mas como um condutor de energia. Para isso, é necessário fazer todos os processos de limpeza e energização que os cristais necessitam para estarem com suas propriedades potencializadas. "Dou banho com água corrente, deixo no sol e na lua. Quando consigo, dou banho de rio e de mar. Também uso bastante a Selenita, um cristal que limpa os outros. Tenho todo o intuito, enquanto terapeuta de cristais, para usar tudo da maneira mais poderosa o possível."
Ela acredita que cada tatuagem é um amuleto que necessita de cuidado especial para estar com seu poder sempre ativo. O cristal é o grande responsável por isso. "Se tatuar é um processo de quase ferimento na pele, acredito que o cristal traz o outro lado, o da cura. As pessoas me falam que sentem realmente uma coisa vibrando no momento. É uma questão energética, que a gente percebe no sutil. Quando eu me tatuo também sinto." Além da tatuagem, Paola usa os cristais em seu dia a dia. Seja para ajudar alguma pessoa que esteja passando por dor física ou emocional, ela conta, ou nela mesma e em sua casa.
Para marcar uma sessão, é preciso fazer um primeiro contato virtual com a tatuadora, que explica detalhadamente seu trabalho e pede as informações necessárias para poder criar uma arte exclusiva pra cada cliente. Às vezes a pessoa já tem uma ideia de desenho e a artista trabalha em cima disso. Caso contrário, a partir de histórias e de referências, ela "canaliza" um símbolo de poder pessoal. "Minhas inspirações para desenhar vêm daquilo que me rodeia: o feminino – tanto do sagrado feminino, quanto do feminismo – e questões da consciência."
Já no momento de tatuar, existe uma limpeza energética no ambiente, na tatuadora e na pessoa a ser tatuada, além de muita conversa para entender o significado daquele desenho na vida da pessoa. Mantras também dão o tom do ritual. Paola acredita que todo esse processo vai além da tatuagem, se tornando uma verdadeira sessão de terapia energética. "Me sinto na missão de fazer algo diferente com o meu trabalho, para que ele atinja outros níveis de compreensão e expansão. Minha arte serve muito como minha cura pessoal e tento fazer com que isso se expanda para as outras pessoas."
Por Camila Eiroa, em colaboração para a Universa.
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